Participação do Cirurgião Dentista no Preparo Oral do Paciente Oncológico.
Participação do Cirurgião Dentista
no Preparo Oral do Paciente Oncológico.
A implementação
e a padronização dos atendimentos odontológicos no contexto hospitalar, mais do
que favorecer a integração multidisciplinar e prover dados pertinentes que
auxiliem a equipe no trato com o paciente, leva a uma melhoria contínua no
atendimento prestado.
O
objetivo desse texto é Implantação de Odontologia nos serviços de Oncologia e como
deve ser realizada a atuação do Cirurgião Dentista (CD) no preparo do paciente
pré, trans e pós-tratamento. Segundo Antunes et al. planejamento do tratamento odontológico deve priorizar a
orientação e o treinamento em higiene bucal para que se tenha o controle das
doenças cárie e periodontal. A adequação do meio bucal, eliminando focos
presentes na boca.
Os
efeitos iniciais da radioterapia e da quimioterapia antineoplásica ocorrem
sobre as células do epitélio oral, as quais sofrem rápida proliferação.
O
mais importante o tratamento odontológico deve anteceder o antineoplásico.
Participação
do Cirurgião-Dentista
Os pacientes oncológicos
devem ser acompanhados por um cirurgião-dentista, visto que existem
complicações bucais durante e após o tratamento antineoplásico.
COMPLICAÇÕES MAIS COMUNS NO ATENDIMENTO
ODONTOLOGICO DOS PACIENTES ONCOLÓGICOS.
MUCOSITE
A mucosite é caracterizada por
lesão em cavidade oral ou esofágica, podendo apresentar desde pequenas feridas até
lesões mais generalizadas com potencial infeccioso, dificultando a recuperação
do paciente devido a desnutrição.
Um quadro de inflamação da mucosa oral, causada pela
renovação inadequada das células do epitelio. É a mais importante
complicação da oncoterapia, sendo
causadora intensa queixa algica, febre e proporcinando o aparecimento de
infecções secundárias, sendo que, algumas vezes, vem a interromper temporariamente
o tratamento. As lesões podem ocorrer em qualquer região da boca, porém é mais
comum nas regiões não ceratinizadas.
Grau de Mucosite oral figura extraida do trabalho da Dra Leticia Mello Bezinelle. O atendimento
odontológico no transplante de medula óssea: Impacto Clínico e Econômico.
Os cuidados adequados com a
higiene oral são fundamentais. O uso de um "bochecho" sem álcool
ajuda na manutenção da boa higiene e o fio dental tem indicação cautelosa,
dependendo de cada caso. Outros cuidados, como a hidratação labial e o gel para
lubrificar a mucosa oral, também colaboram bastante.
O Laser é uma nova tecnologia que
pode ser empregada na prevenção e no tratamento da mucosite. Atualmente,
existem dois protocolos de laser para o tratamento de lesões oral:
Preventivo: tem o
objetivo de minimizar e de evitar o aparecimento da mucosite oral
Curativo:
pacientes que já apresentam mucosite oral. Nesses casos, a combinação de laser
de alta potência com o de baixa potência promove redução significativa das
bactérias, alívio da dor e aceleração do processo de cicatrização das lesões.
A aplicação do laser é indolor e
os resultados são bastante efetivos, comprovados cientificamente. O importante
é realizar a aplicação corretamente, seguindo os protocolos e cuidados
definidos pela comunidade científica. Dessa forma, o laser não acarreta efeitos
colaterais.
Além da laserterapia, o paciente
deve ser acompanhado diariamente pelo Cirurgião Dentista, que atua também na
orientação e no controle da higiene oral e no diagnóstico precoce de outras
alterações que podem ocorrer na cavidade oral. Assim, é possível minimizar o
risco de infecção e proporcionar uma melhor qualidade de vida ao paciente.
Xerostomia
A xerostomia, diminuição do fluxo salivar,
é um sintoma secundário a alguns quimioterápicos e a radioterapia de cabeça e
pescoço.
Alteração do paladar
As alterações de paladar com gosto
metálico e até mesmo percepção do sabor poderá ser relato durante o tratamento
como um dos efeitos adversos ao tratamento oncológico.
Lábios
Ressecados:
Muito comum em pacientes que são submetidos à radioterapiade cabeça e pescoço e quimioterapia.
Muito comum em pacientes que são submetidos à radioterapiade cabeça e pescoço e quimioterapia.
Dor e dificuldade para deglutir (odinofagia e disfagia)
Alguns procedimentos de tratamento
podem causar dor para deglutir e consequentemente reduzem a ingestão alimentar.
Assim,
a partir da obtenção das informações obtidas na avaliação odontológica, o
cirurgião dentista pode elaborar um plano de tratamento adequado às necessidades
da cada indivíduo, prevenindo ou atenuando a incidência de complicações orais decorrentes
da terapia antineoplásica, tendo em vista que prevenindo e controlando
sintomas, estará melhorando a qualidade de vida do paciente.
Regina
Maria Raffaele
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